No Rio Grande do Sul, áreas que ainda se recuperavam das inundações de maio enfrentam novos desafios devido às chuvas recentes.
Nas cidades localizadas às margens dos rios Paranhana e Caí, observaram-se alagamentos que prejudicaram a produção local de hortaliças.
O Exército teve que remover uma ponte para pedestres entre Lajeado e Arroio do Meio devido ao aumento do nível do Rio Taquari, resultando em mais inundações nessas áreas. Em Prata, uma estrutura temporária, erigida após as últimas enchentes, foi levada pelas águas.
O norte litorâneo também registrou prejuízos significativos. Em Dom Pedro de Alcântara, um salão comunitário ruiu, e em São Luiz Gonzaga, uma microexplosão danificou cerca de 1.200 residências e vários comércios. Este fenômeno, marcado por ventos intensos, raios, granizo e chuvas fortes, causou extensos danos na região.
Deslizamentos de terra interromperam a BR-116 entre Caxias do Sul e a Serra Gaúcha, especialmente em Nova Petrópolis. Além disso, a região do Rio Caí sofreu com desmoronamentos.
No norte e nordeste do estado, localidades como Serafina Corrêa, Cambará do Sul e Torres enfrentaram mais de 200 mm de chuva em dois dias. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou ventos de até 70 km/h, mas suspeita-se de velocidades maiores em áreas sem monitoramento.
Microexplosões no Rio Grande do Sul
Arthur Müller, meteorologista, explicou que a microexplosão em São Luiz Gonzaga foi provocada por nuvens cúmulo-nimbo, responsáveis por ventos descendentes muito rápidos que, ao atingirem o solo, causam destruição.
Ele enfatizou que um cavado atmosférico intensificou os eventos climáticos, mantendo a região sob influência de instabilidades. Com a umidade do solo saturada, entre 90% e 100%, aumenta-se o perigo de novos alagamentos.
Previsão para os próximos dias
Müller alertou que o estado, assim como outras partes do sul do Brasil, deve manter-se em vigilância devido às fortes chuvas previstas para os próximos dias, com acumulados esperados entre 80 mm e 100 mm, focados nas áreas centro-norte e próximas a Porto Alegre.
O prolongamento das precipitações eleva os riscos de mais transbordamentos e deslizamentos.
Impacto das chuvas e perspectivas para julho
Os próximos dez a quinze dias são críticos para o Rio Grande do Sul, com a continuação das chuvas intensas. Após este período, espera-se uma diminuição das chuvas, permitindo uma recuperação das áreas afetadas. As temperaturas mínimas podem atingir 7 °C no começo de julho, exigindo monitoramento contínuo das condições meteorológicas.