Em contraste com o ano anterior, marcado pela influência do El Niño, a primavera de 2024 será caracterizada pelo desenvolvimento do fenômeno La Niña. As projeções indicam um La Niña de intensidade fraca. Espera-se que seus efeitos se intensifiquem em novembro e dezembro, propiciando um aumento nas precipitações no Sudeste.
A formação de corredores de umidade está prevista para o final de novembro, com potencial para eventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) em dezembro. A probabilidade de ocorrer ZCAS é superior à observada no mesmo período do ano passado.
A primavera é tradicionalmente uma época de elevação das temperaturas. O Hemisfério Sul experimenta um maior aquecimento devido ao incremento da insolação, ou seja, o número de horas de luz solar que aquece o ar aumenta progressivamente até o término da estação.
Com isso, a predominância de dias mais quentes é uma constante nesta época do ano. Não apenas são comuns recordes de calor e temperaturas extremas durante esta estação, mas também em grande parte do Brasil.
Importante ressaltar que esta primavera ocorre num contexto global mais aquecido comparativamente ao ano anterior. O ano 2024 continua a registrar máximas históricas de temperaturas na atmosfera e nos oceanos, seguindo a tendência de 2023.
Primavera 2024 na Grande São Paulo
Na Grande São Paulo, a estação inicia-se quente e relativamente seca. No domingo, 22 de setembro, primeiro dia da primavera, são esperadas altas temperaturas e eventuais pancadas de chuva à tarde.
Em geral, espera-se que a estação mantenha temperaturas acima ou próximas ao normal, com precipitações dentro dos padrões esperados para o período.
Outubro ainda terá chuvas irregulares, mas com possibilidade de eventos mais intensos. A regularidade das chuvas deve aumentar em novembro, com os dois meses fechando dentro da média histórica.
Em dezembro, antecipa-se maior pluviosidade na Grande São Paulo, afetada pela organização dos corredores de umidade sobre a Região Sudeste.
Confira as médias históricas de precipitação e temperatura para São Paulo conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia para o período entre 1991 e 2020:
- Outubro: precipitação – 127 mm, Temperatura máxima média – 26°C, Temperatura mínima média – 16°C
- Novembro: precipitação – 144 mm, Temperatura máxima média – 27°C, Temperatura mínima média – 17°C
- Dezembro: precipitação – 231 mm, Temperatura máxima média – 28°C, Temperatura mínima média – 19°C
Primavera 2024 no Estado de São Paulo
Outubro
No mês de outubro, as previsões apontam para chuvas dentro ou ligeiramente acima da média no sul e extremo norte do estado.
O centro-oeste deverá receber menos chuva que o habitual. As precipitações ocorrerão principalmente em forma de pancadas que se tornarão mais regulares na segunda metade do mês.
Comparativamente ao ano anterior, espera-se menos chuva neste mês. As frentes frias que atravessarem a região não deverão causar um grande resfriamento no interior paulista, embora haja possibilidade de ondas de calor na primeira metade do mês.
Em Ribeirão Preto e Franca espera-se chuvas frequentes perto da divisa com o Triângulo Mineiro; enquanto isso, Campinas e São Carlos devem ter precipitações dentro da média.
Novembro
Em novembro, as pancadas de chuva serão mais frequentes e volumosas em comparação com outubro.
A maioria das regiões do estado deve manter-se dentro da média mensal esperada incluindo áreas como Grande São Paulo, litoral e regiões como São Carlos, Campinas e Sorocaba.
O Vale do Paraíba e a Mantiqueira poderão receber um volume maior que o normal durante este mês.
Dezembro
Para dezembro prevê-se uma precipitação acima da média em todo o estado. Este aumento será acompanhado por uma maior frequência nas chuvas e pela possível formação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul.
Com isso, espera-se que as temperaturas permaneçam dentro da média para todas as regiões paulistas durante este mês.
Impactos das previsões climáticas
As mudanças nos padrões climáticos previstos para os próximos meses podem ter impactos significativos em diversos setores.
Agricultores, por exemplo, precisarão ajustar seus calendários de plantio e colheita de acordo com as previsões de chuvas mais intensas ou períodos mais secos.
Além disso, o aumento das chuvas pode resultar em problemas de enchentes e deslizamentos, especialmente em áreas urbanas mal drenadas e regiões montanhosas.
No setor de saúde, variações climáticas extremas podem influenciar a propagação de doenças transmitidas por vetores como mosquitos, que prosperam em condições de muita umidade. Portanto, é crucial que as autoridades de saúde pública estejam preparadas para possíveis surtos e reforcem medidas preventivas.
Por outro lado, a expectativa de chuvas regulares pode beneficiar reservatórios e sistemas de abastecimento de água, potencialmente mitigando problemas relacionados à escassez de água que algumas áreas enfrentaram nos anos anteriores.
Contudo, é vital que haja um planejamento adequado para gerenciar esse recurso tão essencial, evitando desperdícios e promovendo o uso sustentável.
As previsões climáticas indicam um fim de ano com variações significativas que exigirão adaptações por parte dos setores afetados.
A colaboração entre meteorologistas, governos locais e a comunidade é fundamental para minimizar os impactos negativos e maximizar os benefícios dessas mudanças no clima. Com planejamento e preparação adequados, é possível enfrentar esses desafios e garantir a segurança e o bem-estar da população.